O Domingo: 3º Domingo do Advento

Reflexão

Os líderes do povo de Israel fizeram um acordo com os chefes de povos pagãos. Por causa das infidelidades dos chefes judeus, Sofonias temia terrivelmente uma punição do Deus Javé, mas profeta descobre que Deus é infinitamente MISERICORDIOSO e que não irá puni-los. Deus ama seu povo apesar das suas infidelidades e vai tomar a iniciativa de uma reconciliação, pois o Todo-Poderoso é também o Todo-Amoroso. No fundo, Deus nos ama não porque somos bons, mas para que sejamos melhores. Sofonias eufórico grita:

“Pula de alegria, povo de Sião”

Rejubila, alegra-te e exulta de todo o coração!

Não tenha mais medo, pois o Senhor revogou a sentença contra ti.

Que ninguém se deixe levar pelo desânimo”!

Movido pelo amor, Deus salva seu povo e esquece o passado. Nós somos diferentes, pois lutamos pela justiça e não pelo perdão. Sabemos que não há paz sem justiça e quem transgrediu a lei deve ser punido. A punição é necessária para corrigir ou para indenizar os prejuízos sofridos pelo injustiçado. Punição deve ser correção, devolução, indenização, mais do que retaliação, pois ela não é uma conscientização para a conversão. Em geral, é difícil perdoar uma traição ou esquecer totalmente uma injustiça sofrida ou uma humilhação pública. Todavia, quem tem “coração de mãe” – como Deus o tem – quer corrigir sem ferir.

Deus é diferente de nós, pois seu amor é infinitamente misericordioso, sempre disposto a perdoar e capaz de fazer loucuras de tão apaixonado pela humanidade. Deus decidiu fazer-se um de nós deixando a sua situação confortável de vida com o Pai Eterno para entrar no tempo, isto é, numa situação igual à nossa; fez-se carne por amor, assumindo as consequências até a morte. Pela encarnação do Seu Filho Jesus, Deus experimentou tudo da vida humana, menos o pecado. Jesus não veio para condenar, mas para salvar o pecador arrependido. Dizia ele aos seus seguidores: “não há maior amor do que dar a vida pelos amigos. Vós sois meus amigos”!

Hoje, lemos que o Precursor de Jesus, João Batista, nos incentiva à conversão e à correção. Jesus vem para nos perdoar se estivermos dispostos a mudar. Não há perdão sem conversa, sem o desejo de correção e de tomar as medidas necessárias para uma mudança de vida permanente e não de poucos dias para “fazer bonito” durante as festas natalinas. Para converter-se, que cada um de nós pergunte a João Batista: “O que é que eu devo fazer”? Ele já disse para os judeus que perguntavam: “Quem tem duas túnicas, dê uma para quem não tem”! Hoje, talvez diria: “Quem tem duas casas dê uma para quem vive na rua”. Aos saduceus de hoje ele diria: “Faça uma boa doação para um orfanato”.

Aos guardas e policiais, João está dizendo: “não usem de violência contra ninguém e nem façam acusações falsas”. Hoje, talvez ele diria aos que fazem do feriado natalino uma ocasião de orgias: “Respeitem a vida dos outros! Se tem bebido, não dirija”! Aos governantes corruptos e aos empresários desonestos: “Não recebam propinas, não soneguem impostos”! Em resumo, a todos que só pensam em si, façam caridade para desempregados conhecidos e ajudem as famílias numerosas!

João batizava nas águas do Rio Jordão. Era um batismo de conversão e não um batismo de salvação e de vida nova como o nosso, pois nosso Batismo é ministrado com uma água que jorra para a Vida Eterna e essa água da Vida Eterna veio através da Páscoa de Jesus Cristo. Nós, batizados na fonte batismal da Igreja, já recebemos o princípio da Vida Eterna.

Por enquanto, João está revolucionando o seu mundo e o nosso pregando duas atitudes fundamentais para a sua e a nossa renovação: o amor e a justiça. Praticando essas atitudes seremos convertidos e revolucionaremos o mundo, e vivendo-as plenamente sentiremos o que Sofonias sentiu, pulando de alegria com o coração em júbilo e exultando de amor e paz. Sejamos generosos nos carinhos e nos abraços, pois não custa nada, bem como na coleta para Evangelização deste mês, que pede tão pouco, mas faz uma diferença enorme no mundo!


 

 Pe. Lourenço, CSC

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