O Domingo: 21º Domingo do Tempo Comum

Reflexão

O povo hebreu, depois que entrou na terra de Canaã, começou a ‘paquerar’ os deuses pagãos da região. Havia pouco tempo que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó tinha revelado o seu nome a Moisés: “IA WEH” – Javé (Eu Sou), que quer dizer o ‘Deus Único’, não há outro! Josué então exige que o povo tome posição: “Escolhei hoje a quem quereis servir: Deus Javé ou deuses da Mesopotâmia ou ainda deuses dos Amorreus?” É uma questão de fidelidade – tema desta liturgia. Ninguém deve ficar em cima do muro: estais do lado do Deus Javé, o Senhor, ou estais do lado dos deuses pagãos? A resposta do povo foi: “Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir a deuses estranhos. Serviremos ao Senhor, pois Ele é o nosso Deus”. Qual a nossa resposta hoje?

Seguir a Jesus Cristo é coisa séria – um compromisso. Em todo compromisso se promete o quê? Fidelidade! Mas ser fiel quando tudo vai bem é relativamente fácil, não? Veja os apóstolos de Jesus: na pesca, na praia com o mestre, nas Bodas de Canaã, na partilha dos 5 pães e dois peixes, na entrada triunfante de Jesus em Jerusalém como rei… ser fiel naqueles dias foi fácil. Ser fiel nas provações é outra história e, não se engane, ninguém escapa das provações. No Jardim das Oliveiras, quando Jesus entrou em agonia e pediu aos apóstolos para rezarem para não cair em tentação, eles não tiveram coragem e dormiram. Pouco tempo depois Jesus foi preso e nove deles fugiram. Pedro foi até o palácio do sinédrio, mas com medo de ser chamado para depor negou ter conhecido Jesus três vezes – e que vergonha, seu Pedro!

Hoje o evangelho relata que muitos seguidores de Jesus o abandonaram no final do discurso sobre o Pão da Vida. Jesus tinha dito: “Eu sou o Pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente e o pão que eu vou dar é a minha carne, para que o mundo tenha a vida”. Depois que ouviram essas coisas, muitos seguidores de Jesus disseram: “Esse modo de falar é duro demais. Quem pode continuar ouvindo isso?”. Então Jesus disse aos 12 apóstolos: “Vós também quereis ir embora?”. Foi aí que Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus”. Que bela resposta! Aconteceu que ela foi dada por aquele mesmo Pedro, que na hora H disse jurando: “Eu não conheço este homem”. Pedro acreditava ou não acreditava que Jesus era o Pão da Vida? Ele fez sua Primeira Comunhão na Última Ceia, mas certamente não entendeu e não acreditou! Ele acreditou só depois da Ressurreição e, mesmo assim, Pedro e os outros apóstolos só começaram a celebrar a eucaristia depois de receber o Espírito Santo no dia de Pentecostes. Jesus não tinha dito “fazei isso em memória de mim”.

Pedro foi fraco, homem de pouca fé! Quantos católicos fizeram sua Primeira Comunhão e depois de poucos anos perderam a fé… ser fiel às vezes parece brincadeira, mas para Jesus é coisa séria. Compromisso sem fidelidade não é compromisso! Vivemos no provisório e descartável. Há muitos batizados que vão ao centro espírita e procuram a benzedeira; vão ao terreiro e paqueram igrejas evangélicas. Como anda a fé dessa gente?

Felizmente em nossas comunidades temos pessoas que acreditam mesmo e se dedicam corpo e alma pelos outros. Hoje queremos lembrar todos os leigos engajados nas pastorais e nos ministérios. São muitos os leigos em nossas paróquias que se dedicam perseverando durante anos numa pastoral ou num ministério: catequese para jovens, adultos e noivos; viático para idosos e doentes; pastoral da criança; ajuda aos necessitados. É também no ministério da liturgia; do canto litúrgico; da Palavra; ministério do dízimo. Todo cristão crismado recebeu os dons do Espírito Santo para agir conforme a vontade de Deus numa vocação leiga ou religiosa.


 Pe. Lourenço, CSC

 

 

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