O Domingo: 1º Domingo do Advento

Reflexão

Deus, por meio do profeta Jeremias anuncia a aquisição de uma semente muito especial para o crescimento da humanidade, e o nome que servirá para designá-la é muito bonito! A semente vem de Deus e seu nome é “O Senhor é nossa justiça”. Esta semente, uma vez plantada, fará brotar justiça e paz. Pelo Salmo desta liturgia, pedimos a Deus que nos conduza no caminho da retidão, pois andamos em estradas tortuosas. Ele nos conduzirá pelo caminho da Verdade, Justiça e amor para que não andemos mais na contramão da salvação.

O tempo do Advento tem uma dimensão passada e outra futura, além disso, podemos compreendê-lo ainda em dois sentidos. O primeiro é de que é um tempo para se comemorar e contemplar a chegada de Jesus Salvador desde seu Natal e depois reviver a adoração dos magos, a fuga da Sagrada Família para o Egito e, finalmente, o retorno de Maria à Nazaré com José e o menino Jesus de quatro anos de idade. Trata-se do início da vida histórica de Jesus.

No segundo sentido, o advento também é tempo de contemplação da dimensão celeste, isto é, de alimentar a esperança da volta gloriosa do Senhor no final dos tempos, segundo a Sua promessa antes de partir do nosso mundo. No final dos tempos, Jesus virá na sua Glória: “Os homens verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem com grande poder e glória”. Jesus usando a expressão “Filho do Homem” faz referência ao profeta Daniel, lido na liturgia de Cristo Rei: “o Seu poder é um poder eterno e seu Reino nunca acabará”. Quando Ele chegar, é para as pessoas ficarem em pé, em postura de atenção!

Antes da sua chegada, poderão acontecer coisas apavorantes no céu, na terra, no mar e entre as nações. Todavia, haverá um final feliz para todos os que acreditam na verdade e na justiça e para todos os semeadores do amor, pois o Projeto de Deus não pode fracassar. A realização do Reino de Deus acontecerá custe o que custar! Quanto aos violentos, mentirosos, falsos, desonestos, aproveitadores e acomodados, para eles a vinda de Jesus glorioso será o fracasso, pois eles estão na contramão.

Jesus fala: “Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima!” (Lc21, 28). Que tipo de libertação é essa? Hoje em dia, precisamos ser livres do quê? Dos vícios, maus hábitos e todo tipo de dependência; das más inclinações, como gula, mentira, fofoca; do medo, pessimismo e falta de sensibilidade; do individualismo, egoísmo e dureza de coração; da inveja e do ciúme, da vingança, violência e matança; do racismo e do ódio; das injustiças, desonestidades; mentiras e das “Fake News”; das desigualdades, preconceitos e autoritarismos. É como Jesus disse: “Tomais cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis” (Lc21, 35). Os insensíveis não se importam com a sorte dos outros!

O Advento é tempo de faxina e conversão, tempo de oração e da leitura orante da Bíblia; de carinho especial para crianças e idosos, para reconciliação com familiares e vizinhos; tempo de caridade, de ajuda aos pobres e gestantes sem amparo.

Portanto, “Vigiem, rezando em todo momento, a fim de terem forças para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficar de pé diante do Filho do Homem” (Lc21, 36). A novena de Natal sempre opera na vida das pessoas uma transformação nos corações. A novena de Natal é como se fosse um “amaciante” para corações rebeldes e duros, é uma boa dose de remédio para pessoas solitárias e que estão de mal com a vida. A novena de Natal leva sempre para gestos concretos de amor e paz. Que o Advento seja a ocasião de uma boa faxina para muitos e de alegria para todos!


 Pe. Lourenço, CSC

 
 

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