Author: santacruz

  • 22º Domingo Do Tempo Comum

    22º Domingo Do Tempo Comum

    Reflexão

    As leis são importantes e povo sem elas é povo perdido em anarquia. Não é possível viver de forma civilizada sem respeitá-las. O Brasil tem boas leis e uma boa Constituição, porém o mais importante não é conhecê-las, mas observá-las. Quantas pessoas se vangloriam em burlar as leis? Quem bebeu, não deve dirigir’. ‘Mas há muita gente embriagada dirigindo’. ‘Sonegar impostos é crime. ‘E daí?’ Existem leis provisórias, costumes culturais e sociais que mudam com o tempo, e existem leis definitivas como os mandamentos de Deus, que nunca serão revogados.

    O evangelho de hoje é uma lição para a formação de consciência de gente que quer viver plenamente sua liberdade. O que o ser humano tem de mais precioso depois da sua vida é sua liberdade e viver com ela é um verdadeiro prazer e o primeiro direito de um ser humano. Os animais agem por instinto, assim como nós, porém podemos controla-los e orientá-los para o nosso bem e o dos outros. Sermos racionais não é o motivo que assemelha nossa criação à imagem de Deus a lógica, inteligência e memória, os animais e os computadores também têm – mas sim o fato de possuirmos livre arbítrio. Isso só o ser humano tem, é a nossa grandeza!

    Jesus é um homem perfeitamente livre. Não está preso às regras sociais, tradições e costumes culturais. Mais que por costumes exteriores, Jesus julga a partir dos valores internos. O espírito da lei é mais importante do que a letra. Jesus não vai valorizar uma pessoa pelo traje que está usando: terno e gravata; vestido na moda; corte de cabelo, valor das joias e dos brincos. Infelizmente muitas pessoas julgam pela aparência, maneira de falar, sotaque. Quantas pessoas vivem uma fé de fachada, religião de tradição (com ‘t’ minúsculo): pais que batizam filhos sem viverem o Sacramento; adolescentes que fazem a Primeira Comunhão sem o costume e vontade de ir à Missa; noivos infiéis que se casam na Igreja. Esses costumes, sem perseverança, tornam-se apenas ‘DATAS’ que irão para o álbum da família ou para um vídeo e/ou apresentação na ocasião de um aniversário qualquer.

    Semana passada refletimos sobre a fidelidade e perseverança na fé, de como Josué cansou-se de ver as infidelidades do povo questionando: “Estais do lado do Deus Javé, o Senhor? Ou estais ao lado dos deuses pagãos?” Ao que o povo respondeu, dizendo: “Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir a deuses estranhos, Serviremos ao Senhor, pois Ele é o nosso Deus”.

    Imagine-se diante do altar para prometer fidelidade conjugal ou fazer votos religiosos. É sim ou não, nada pela metade. Para fazer as coisas certas, conforme as leis, é preciso adquirir o hábito que a moral chama de virtude. Um hábito contrário à virtude é chamado de vício. Tanto o vício quanto a virtude adquirem-se pela prática. Quem é virtuoso opta pelas coisas certas facilmente, sem esforço, porque acostumou-se assim. É desta maneira que se adquire a honestidade, disciplina, paciência, acolhimento, mansidão, castidade, respeito, humildade, franqueza, higiene, limpeza; que se aprende a não estragar coisas, respeitar pertences alheios e a não furar filas. É preciso discernir e praticar as virtudes morais antes dos costumes sociais. A honestidade é mais importante do que a limpeza. O respeito melhor do que a higiene. Ser autêntico é virtude. Ser vaidoso pode ser vício, pois a verdade é muito superior à falsidade.

    No Evangelho de hoje, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai todos e compreendei: O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Pois é de dentro do coração humano que saem as más inclinações, imoralidades, roubos, assassinatos, adultério, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, falta de juízo. Todas essas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.


     Pe. Lourenço, CSC

     

     
  • O Domingo: 21º Domingo do Tempo Comum

    O Domingo: 21º Domingo do Tempo Comum

    Reflexão

    O povo hebreu, depois que entrou na terra de Canaã, começou a ‘paquerar’ os deuses pagãos da região. Havia pouco tempo que o Deus de Abraão, Isaac e Jacó tinha revelado o seu nome a Moisés: “IA WEH” – Javé (Eu Sou), que quer dizer o ‘Deus Único’, não há outro! Josué então exige que o povo tome posição: “Escolhei hoje a quem quereis servir: Deus Javé ou deuses da Mesopotâmia ou ainda deuses dos Amorreus?” É uma questão de fidelidade – tema desta liturgia. Ninguém deve ficar em cima do muro: estais do lado do Deus Javé, o Senhor, ou estais do lado dos deuses pagãos? A resposta do povo foi: “Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir a deuses estranhos. Serviremos ao Senhor, pois Ele é o nosso Deus”. Qual a nossa resposta hoje?

    Seguir a Jesus Cristo é coisa séria – um compromisso. Em todo compromisso se promete o quê? Fidelidade! Mas ser fiel quando tudo vai bem é relativamente fácil, não? Veja os apóstolos de Jesus: na pesca, na praia com o mestre, nas Bodas de Canaã, na partilha dos 5 pães e dois peixes, na entrada triunfante de Jesus em Jerusalém como rei… ser fiel naqueles dias foi fácil. Ser fiel nas provações é outra história e, não se engane, ninguém escapa das provações. No Jardim das Oliveiras, quando Jesus entrou em agonia e pediu aos apóstolos para rezarem para não cair em tentação, eles não tiveram coragem e dormiram. Pouco tempo depois Jesus foi preso e nove deles fugiram. Pedro foi até o palácio do sinédrio, mas com medo de ser chamado para depor negou ter conhecido Jesus três vezes – e que vergonha, seu Pedro!

    Hoje o evangelho relata que muitos seguidores de Jesus o abandonaram no final do discurso sobre o Pão da Vida. Jesus tinha dito: “Eu sou o Pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente e o pão que eu vou dar é a minha carne, para que o mundo tenha a vida”. Depois que ouviram essas coisas, muitos seguidores de Jesus disseram: “Esse modo de falar é duro demais. Quem pode continuar ouvindo isso?”. Então Jesus disse aos 12 apóstolos: “Vós também quereis ir embora?”. Foi aí que Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o santo de Deus”. Que bela resposta! Aconteceu que ela foi dada por aquele mesmo Pedro, que na hora H disse jurando: “Eu não conheço este homem”. Pedro acreditava ou não acreditava que Jesus era o Pão da Vida? Ele fez sua Primeira Comunhão na Última Ceia, mas certamente não entendeu e não acreditou! Ele acreditou só depois da Ressurreição e, mesmo assim, Pedro e os outros apóstolos só começaram a celebrar a eucaristia depois de receber o Espírito Santo no dia de Pentecostes. Jesus não tinha dito “fazei isso em memória de mim”.

    Pedro foi fraco, homem de pouca fé! Quantos católicos fizeram sua Primeira Comunhão e depois de poucos anos perderam a fé… ser fiel às vezes parece brincadeira, mas para Jesus é coisa séria. Compromisso sem fidelidade não é compromisso! Vivemos no provisório e descartável. Há muitos batizados que vão ao centro espírita e procuram a benzedeira; vão ao terreiro e paqueram igrejas evangélicas. Como anda a fé dessa gente?

    Felizmente em nossas comunidades temos pessoas que acreditam mesmo e se dedicam corpo e alma pelos outros. Hoje queremos lembrar todos os leigos engajados nas pastorais e nos ministérios. São muitos os leigos em nossas paróquias que se dedicam perseverando durante anos numa pastoral ou num ministério: catequese para jovens, adultos e noivos; viático para idosos e doentes; pastoral da criança; ajuda aos necessitados. É também no ministério da liturgia; do canto litúrgico; da Palavra; ministério do dízimo. Todo cristão crismado recebeu os dons do Espírito Santo para agir conforme a vontade de Deus numa vocação leiga ou religiosa.


     Pe. Lourenço, CSC

     

     
  • O Domingo: ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

    O Domingo: ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA

    Reflexão

    Conforme a Tradição da Igreja, a mãe de Jesus, uma vez terminada a sua vida aqui na terra, foi elevada ao céu de CORPO e ALMA. Quer dizer que o corpo dela não sofreu decomposição alguma. O corpo dela transformou-se como aquele do seu Filho na Ressurreição. O dogma da Assunção foi proclamado em 1950, pelo papa Pio XII, nestes termos: “A Imaculada Virgem, terminado o curso da vida terrestre foi assunta em corpo e alma, à glória celeste”.

    Na leitura do Apocalipse, a mulher na narrativa representa a Igreja perseguida pelo Império Romano no tempo do apóstolo e evangelista João, ou seja, simboliza o povo cristão, enquanto o Dragão simboliza o Império pagão. As estrelas simbolizam os 12 apóstolos e as 12 comunidades que são igrejas – 12 igrejas. Este trecho que a Liturgia aplica à pessoa de Maria significa a vitória da Igreja ressequida pelo povo pagão. Maria representa todo o Povo de Deus. Se ela venceu, todos nós, que somos seus filhos, venceremos nela. E qual é a importância para nós, o fato de Maria ter recebido a glorificação do seu corpo? É que Maria é humana igual à nós. Ela não é divina como Jesus (homem e Deus). Então Maria é NOSSA. Ela nos representa na luta pela Glorificação. Porque nós também queremos vencer e conseguir o prêmio da Glória no céu.

    Maria ganhou a maior glória que todos nós cristãos almejamos: Desde a glorificação do corpo de Maria Assunta no céu, nós também temos a esperança de ganharmos depois da nossa partida deste mundo um corpo glorioso no céu. Jesus não nos prometeu apenas a imortalidade da alma. Ele nos prometeu a Vida Eterna pela ressurreição do nosso corpo. São Paulo escreveu na sua 1a Carta aos Coríntios: “(nosso) corpo é semeado corruptível, mas ressuscita incorruptível; é semeado desprezível, mas ressuscita glorioso; é semeado na fraqueza, mas ressuscita cheio de força; é semeado corpo animal, mas ressuscita corpo espiritual”. Nós pertencemos a Cristo! Ainda segundo Paulo, “se Cristo ressuscitou, nós também ressuscitaremos”, e ele acrescenta: “com um corpo espiritual” – que quer dizer Corpo glorioso. (1 Cr. 15,4244).

    A mãe de Jesus, Maria, já foi glorificada. O seu MAGNIFICAT é um hino de vitória: “A minha alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador; porque olhou para a humildade de sua serva, doravante as gerações hão de chamar-me de bendita. O Poderoso fez em mim maravilhas e Santo é o seu nome! Seu amor para sempre se estende sobre aqueles que o temem; manifesta o poder de seu braço, dispersa os soberbos; derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes”. Esses humildes são os rebaixados, pobres, que ficam elevados pela Graça de Deus.

    Esse Hino de Glória agora é nosso. Maria, nossa representante, é uma campeã. Ela, como seu Filho Jesus, venceu a morte. O seu Hino de Vitória e de Glória tornou-se o Hino Universal dos cristãos em todas as nações em que existem discípulos de Jesus Cristo. É claro que tudo isso aconteceu pela Graça de seu filho, o Vencedor da Cruz, do Pecado e da Morte.

    Maria não é uma deusa, mas ela é cheia de Graça pela Vida do seu filho Jesus. Maria é também a nossa mãe desde o dia em que Jesus, do alto da cruz, deu-a a todos nós quando disse a João: “Essa é tua mãe”. João ao pé da cruz representava a todos nós. Sua Glorificação no céu nos glorifica também! No céu ganharemos um corpo espiritual como escreveu São Paulo na carta aos Coríntios.

    Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora da nossa Páscoa. Amém.


     Pe. Lourenço, CSC

     

     
  • O Domingo: 19º Domingo do Tempo Comum

    O Domingo: 19º Domingo do Tempo Comum

    Reflexão

    Deus é mais PATERNAL do que PATERNALISTA. Elias não aguentava mais e pediu socorro. Deus atendeu, Ele veio ao socorro de Elias não para ser um salva-vidas, mas para fortalecê-lo; não somente satisfazer a sua fome, mas para lhe dar coragem. O anjo diz: “Levanta-te e come! Você tem um longo caminho a percorrer para cumprir sua missão. Precisa de forças.”.

    Quem é Jesus? Jesus já disse quem Ele é em muitas ocasiões: “EU SOU”: “o Pão vivo que desceu do céu”. “o pão da vida”, “uma fonte de água viva que jorra para a vida eterna”, “a luz do mundo”, “o bom pastor” “a porta do curral”, “a Ressurreição e a Vida”, “a videira verdadeira”, “o Caminho, a Verdade, a Vida”. No Evangelho do 19º Domingo do Tempo Comum, Jesus se oferece como pão vivo para nos alimentar na caminhada, fortalecendo-nos nas dificuldades, provações da vida e no cansaço do trabalho, em resumo: para não desistirmos. Os judeus criticavam Jesus porque tinha dito: “Eu sou o pão vivo descido do céu”. Eles diziam: “Este Jesus não é o filho do carpinteiro José? Como é que Ele pode dizer que veio do céu? As palavras d’Ele não fazem sentido”. No fundo, é pelo dom da fé que uma pessoa vê Deus em Jesus. Isso acontece até os dias de hoje.

    Jesus fala no presente: “Aquele que crê, já tem a vida eterna”, e continua dizendo: “Eu o ressuscitarei no último dia”. Essas palavras para nós cristãos são muito conhecidas. Numa Missa no 7º dia de uma pessoa falecida lembramos estas mesmas palavras. Para aquele que faleceu e pelo qual estamos rezando, o último dia aconteceu com sua morte física. Porém, sabemos que ele vive em Jesus Cristo. O sermão do pão da vida interpreta a Eucaristia e lembra o maná do deserto vindo do céu. Entretanto, o maná não dava direito à vida eterna. A Eucaristia, sim!

    A segunda parte deste Evangelho constitui o núcleo sobre o sermão do pão da vida. Jesus se auto define como sendo Ele o pão que dá a vida eterna. Esse pão é bem diferente do maná do deserto, que além de ser pão perecível, não podia dar vida eterna a quem o comia, pois o maná era alimento provisório. O pão que Jesus quer nos dar é Ele mesmo, porque Jesus pertence a Deus – seu Pai. “O pão que darei é minha carne para vida do mundo” (v.51). Essas palavras são fortíssimas, Jesus se oferece para assimilar no seu Corpo aqueles que participarão da sua vida.

    Essa proposta de Jesus encontra a resistência dos judeus, que murmuram por achar difícil que Deus se manifeste em Jesus sendo ele um homem comum, filho de José carpinteiro, enfim, um simples mortal. Os judeus eram incapazes de acreditar que Jesus pudesse ser verdadeiramente o filho de Javé, Criador do mundo, pois a grandeza de Deus não se compara a do homem. Ao apresentar-se como o pão que desceu do céu, Jesus estava também testando a fé dos seus apóstolos. O mestre fazia milagres, curava doentes, podia acalmar tempestades e até ressuscitar mortos. Mas ainda assim, ouvir Jesus dizer que a vida eterna é dada a quem come a carne do Filho do Homem, era difícil de aceitar. Ao apresentar-se como o pão que desceu do céu Jesus convidava seus seguidores a se alimentarem desse pão. É importante ler direitinho: “Isto é o meu corpo entregue por vós” e “Isto é meu sangue derramado por vós”. Não simplesmente ‘Isto é o meu corpo’.

    Jesus foi imprudente em revelar sua divindade para um grupo de coração duro, não querendo o aceitar como Filho de Deus. Para nós católicos, que acreditamos na Eucaristia desde nossa ‘primeira comunhão’, é mais fácil entender que um pedaço de pão possa ser consagrado para tomar-se verdadeiramente Corpo Vivo de Jesus Cristo. Comer do pão da vida não consiste apenas em comungar na missa. Comer o Corpo de Cristo consiste em nos deixar transformar por Ele, isto é, ser assimilado na totalidade do seu Corpo Místico. Comer um pão não consagrado é como comer o maná. Receber em comunhão com uma comunidade e em comunhão com Jesus hóstia consagrada é Partilhar do Corpo de Cristo alimentando-se para a eternidade. A herança mais preciosa que Jesus nos deu é sua própria vida no pão eucarístico.

    Quando comemos arroz e feijão assimilamos aquela comida tornando a nosso sangue. Comungar ao Pão eucarístico não é assimilar, mas é ser assimilado no próprio Corpo Místico de Jesus Cristo. O Corpo Místico é formado de todas as pessoas que pertencem à Igreja de Cristo. Pois o Pão do Céu nos assimila ao grande Corpo de Cristo. Portanto, a comunhão não é só com Jesus. Mas comungamos com todos os fiéis reunidos na mesma fé partilhando suas alegrias e seus desafios.


     Pe. Lourenço, CSC

     

     
  • O Domingo: 18º Domingo do Tempo Comum

    O Domingo: 18º Domingo do Tempo Comum

    Reflexão

    O Evangelho de hoje conta que os 12 apóstolos, voltando da sua missão, provavelmente eufóricos, fizeram o relatório de tudo o que eles haviam feito e ensinado. Jesus os convida agora a fazer um RETIRO num lugar deserto e afastado das multidões para descansar e rezar. Mas acontece que a multidão não os deixa em paz. As pessoas acorreram pela margem e chegaram antes que a barca dos apóstolos chegasse. Aí Jesus teve compaixão daquela gente pois eram como ovelhas sem pastor: gente desorganizada, carente de tudo, abandonada espiritualmente e materialmente. Numa situação dessas o retiro acabou antes de poder começar. Não haverá descanso, nem contemplação. Jesus queria ficar a sós com seus apóstolos e gozar de algum momento de intimidade espiritual com seus doze amigos. Mas fazer o quê! Há tanta gente sedenta de felicidade e sedenta da Palavra de Deusa. Então Jesus começou a ensiná-los muitas coisas.

    A figura do pastor é clássica na vida do povo de Israel. Ao Sul, reino de Judá, a região é montanhosa e bastante seca. O povo está sendo ameaçado pelos poderes vizinhos. Os líderes religiosos são comparados a pastores irresponsáveis que não cuidaram das pessoas deixando-as dispersas. Jeremias está consciente de que os líderes religiosos não foram à altura da sua função, e sabe que Deus enviará um novo chefe. Ele será um descendente do rei Davi. Ele será um rei-pastor, ou melhor dizer um Messias Pastor, prometido para fazer reinar a justiça e o direito em toda a terra. Nós, cristãos já identificamos esse Messias em Jesus que vem para fazer a unidade dos povos. Terá como nome “Senhor, nossa Justiça”.

    Meus irmãos, hoje ainda existem pregadores famosos que reúnem multidões. Porém, as multidões são muito mais atraídas por cantores e cantoras populares. E esses artistas cantam não porque têm pena do povo, mas muito mais para se promover ganhando mais fama ainda. Jesus não se importa em ficar famoso. Jesus quer reunir as pessoas em grupos, formar pequenas e maiores comunidades – eis o papel do pastor! São Paulo, na carta aos Efésios escreveu: “Do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: a inimizade”. Foi o lema da Campanha da Fraternidade.

    Comunidade tem sua origem da palavra ‘com’ junto com a palavra ‘munus’ cuja tradução é ‘com tarefas’. Portanto, uma comunidade tem aspecto de um mutirão de pessoas reunidas para um projeto comum ou por um mesmo ideal. Uma comunidade é bem diferente de uma multidão. Numa comunidade, as pessoas reúnem-se porque têm um interesse comum. Antes de mais nada elas fazem uma unidade. Nela, as pessoas se conhecem e se ajudam mutuamente, têm uma meta comum, criam amizade entre si, são solidárias, têm uma mesma fé.

    Geralmente numa multidão as pessoas não têm outra coisa em comum além do próprio gosto de estarem juntos, ouvir as ondas do mar, tomar sol ou descansar.  Pense num mutirão de construção, ou ainda de uma equipe de festa, de um grupo de oração, do grupo dos Vicentinos, no grupo do ‘Apostolado da Oração’, (mutirão de rezadores), e das equipes de pastoral de uma paróquia…

    A palavra ‘Igreja’ traduz-se por ‘Congregação’. O essencial de uma congregação religiosa é a vida comunitária. A Liturgia da Missa, por exemplo, é uma celebração comunitária oficial da Igreja. Perde sentido um padre rezar Missa sozinho num cantinho do templo. Numa comunidade eclesial deve existir uma união baseada em dois pilares: ORAÇÃO E AÇÃO, que num mosteiro diz-se ‘Ora et Labora’. Dois atos principais da vida dos monges. Quer dizer: orar juntos e trabalhar para o bem comum. Um religioso fazendo sua própria vida conforme seus gostos, com o tempo não terá mais vínculo com sua congregação. A Igreja é chamada Corpo de Cristo, Jesus cabeça, cristãos membros. Aquele cristão que não ora decapita o Corpo de Cristo, enquanto aquele que não age mutila o Corpo. Precisamos realizar sempre as duas coisas: orar e fazer. Somos salvos em cachos. Ninguém se salva sozinho. Uma comunidade viva é sustentada da fé das pessoas presentes.


     Pe. Lourenço, CSC

     

     
  • O Domingo: 17º Domingo do Tempo Comum

    O Domingo: 17º Domingo do Tempo Comum

    Reflexão

    O Evangelho de hoje conta que os 12 apóstolos, voltando da sua missão, provavelmente eufóricos, fizeram o relatório de tudo o que eles haviam feito e ensinado. Jesus os convida agora a fazer um RETIRO num lugar deserto e afastado das multidões para descansar e rezar. Mas acontece que a multidão não os deixa em paz. As pessoas acorreram pela margem e chegaram antes que a barca dos apóstolos chegasse. Aí Jesus teve compaixão daquela gente pois eram como ovelhas sem pastor: gente desorganizada, carente de tudo, abandonada espiritualmente e materialmente. Numa situação dessas o retiro acabou antes de poder começar. Não haverá descanso, nem contemplação. Jesus queria ficar a sós com seus apóstolos e gozar de algum momento de intimidade espiritual com seus doze amigos. Mas fazer o quê! Há tanta gente sedenta de felicidade e sedenta da Palavra de Deusa. Então Jesus começou a ensiná-los muitas coisas.

    A figura do pastor é clássica na vida do povo de Israel. Ao Sul, reino de Judá, a região é montanhosa e bastante seca. O povo está sendo ameaçado pelos poderes vizinhos. Os líderes religiosos são comparados a pastores irresponsáveis que não cuidaram das pessoas deixando-as dispersas. Jeremias está consciente de que os líderes religiosos não foram à altura da sua função, e sabe que Deus enviará um novo chefe. Ele será um descendente do rei Davi. Ele será um rei-pastor, ou melhor dizer um Messias Pastor, prometido para fazer reinar a justiça e o direito em toda a terra. Nós, cristãos já identificamos esse Messias em Jesus que vem para fazer a unidade dos povos. Terá como nome “Senhor, nossa Justiça”.

    Meus irmãos, hoje ainda existem pregadores famosos que reúnem multidões. Porém, as multidões são muito mais atraídas por cantores e cantoras populares. E esses artistas cantam não porque têm pena do povo, mas muito mais para se promover ganhando mais fama ainda. Jesus não se importa em ficar famoso. Jesus quer reunir as pessoas em grupos, formar pequenas e maiores comunidades – eis o papel do pastor! São Paulo, na carta aos Efésios escreveu: “Do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: a inimizade”. Foi o lema da Campanha da Fraternidade.

    Comunidade tem sua origem da palavra ‘com’ junto com a palavra ‘munus’ cuja tradução é ‘com tarefas’. Portanto, uma comunidade tem aspecto de um mutirão de pessoas reunidas para um projeto comum ou por um mesmo ideal. Uma comunidade é bem diferente de uma multidão. Numa comunidade, as pessoas reúnem-se porque têm um interesse comum. Antes de mais nada elas fazem uma unidade. Nela, as pessoas se conhecem e se ajudam mutuamente, têm uma meta comum, criam amizade entre si, são solidárias, têm uma mesma fé.

    Geralmente numa multidão as pessoas não têm outra coisa em comum além do próprio gosto de estarem juntos, ouvir as ondas do mar, tomar sol ou descansar.  Pense num mutirão de construção, ou ainda de uma equipe de festa, de um grupo de oração, do grupo dos Vicentinos, no grupo do ‘Apostolado da Oração’, (mutirão de rezadores), e das equipes de pastoral de uma paróquia…

    A palavra ‘Igreja’ traduz-se por ‘Congregação’. O essencial de uma congregação religiosa é a vida comunitária. A Liturgia da Missa, por exemplo, é uma celebração comunitária oficial da Igreja. Perde sentido um padre rezar Missa sozinho num cantinho do templo. Numa comunidade eclesial deve existir uma união baseada em dois pilares: ORAÇÃO E AÇÃO, que num mosteiro diz-se ‘Ora et Labora’. Dois atos principais da vida dos monges. Quer dizer: orar juntos e trabalhar para o bem comum. Um religioso fazendo sua própria vida conforme seus gostos, com o tempo não terá mais vínculo com sua congregação. A Igreja é chamada Corpo de Cristo, Jesus cabeça, cristãos membros. Aquele cristão que não ora decapita o Corpo de Cristo, enquanto aquele que não age mutila o Corpo. Precisamos realizar sempre as duas coisas: orar e fazer. Somos salvos em cachos. Ninguém se salva sozinho. Uma comunidade viva é sustentada da fé das pessoas presentes.


     Pe. Lourenço, CSC

     

     

     

  • O Domingo: 16º Domingo do Tempo Comum

    O Domingo: 16º Domingo do Tempo Comum

    Reflexão

    O Evangelho de hoje conta que os 12 apóstolos, voltando da sua missão, provavelmente eufóricos, fizeram o relatório de tudo o que eles haviam feito e ensinado. Jesus os convida agora a fazer um RETIRO num lugar deserto e afastado das multidões para descansar e rezar. Mas acontece que a multidão não os deixa em paz. As pessoas acorreram pela margem e chegaram antes que a barca dos apóstolos chegasse. Aí Jesus teve compaixão daquela gente pois eram como ovelhas sem pastor: gente desorganizada, carente de tudo, abandonada espiritualmente e materialmente. Numa situação dessas o retiro acabou antes de poder começar. Não haverá descanso, nem contemplação. Jesus queria ficar a sós com seus apóstolos e gozar de algum momento de intimidade espiritual com seus doze amigos. Mas fazer o quê! Há tanta gente sedenta de felicidade e sedenta da Palavra de Deusa. Então Jesus começou a ensiná-los muitas coisas.

    A figura do pastor é clássica na vida do povo de Israel. Ao Sul, reino de Judá, a região é montanhosa e bastante seca. O povo está sendo ameaçado pelos poderes vizinhos. Os líderes religiosos são comparados a pastores irresponsáveis que não cuidaram das pessoas deixando-as dispersas. Jeremias está consciente de que os líderes religiosos não foram à altura da sua função, e sabe que Deus enviará um novo chefe. Ele será um descendente do rei Davi. Ele será um rei-pastor, ou melhor dizer um Messias Pastor, prometido para fazer reinar a justiça e o direito em toda a terra. Nós, cristãos já identificamos esse Messias em Jesus que vem para fazer a unidade dos povos. Terá como nome “Senhor, nossa Justiça”.

    Meus irmãos, hoje ainda existem pregadores famosos que reúnem multidões. Porém, as multidões são muito mais atraídas por cantores e cantoras populares. E esses artistas cantam não porque têm pena do povo, mas muito mais para se promover ganhando mais fama ainda. Jesus não se importa em ficar famoso. Jesus quer reunir as pessoas em grupos, formar pequenas e maiores comunidades – eis o papel do pastor! São Paulo, na carta aos Efésios escreveu: “Do que era dividido, ele fez uma unidade. Em sua carne ele destruiu o muro de separação: a inimizade”. Foi o lema da Campanha da Fraternidade.

    Comunidade tem sua origem da palavra ‘com’ junto com a palavra ‘munus’ cuja tradução é ‘com tarefas’. Portanto, uma comunidade tem aspecto de um mutirão de pessoas reunidas para um projeto comum ou por um mesmo ideal. Uma comunidade é bem diferente de uma multidão. Numa comunidade, as pessoas reúnem-se porque têm um interesse comum. Antes de mais nada elas fazem uma unidade. Nela, as pessoas se conhecem e se ajudam mutuamente, têm uma meta comum, criam amizade entre si, são solidárias, têm uma mesma fé.

    Geralmente numa multidão as pessoas não têm outra coisa em comum além do próprio gosto de estarem juntos, ouvir as ondas do mar, tomar sol ou descansar.  Pense num mutirão de construção, ou ainda de uma equipe de festa, de um grupo de oração, do grupo dos Vicentinos, no grupo do ‘Apostolado da Oração’, (mutirão de rezadores), e das equipes de pastoral de uma paróquia…

    A palavra ‘Igreja’ traduz-se por ‘Congregação’. O essencial de uma congregação religiosa é a vida comunitária. A Liturgia da Missa, por exemplo, é uma celebração comunitária oficial da Igreja. Perde sentido um padre rezar Missa sozinho num cantinho do templo. Numa comunidade eclesial deve existir uma união baseada em dois pilares: ORAÇÃO E AÇÃO, que num mosteiro diz-se ‘Ora et Labora’. Dois atos principais da vida dos monges. Quer dizer: orar juntos e trabalhar para o bem comum. Um religioso fazendo sua própria vida conforme seus gostos, com o tempo não terá mais vínculo com sua congregação. A Igreja é chamada Corpo de Cristo, Jesus cabeça, cristãos membros. Aquele cristão que não ora decapita o Corpo de Cristo, enquanto aquele que não age mutila o Corpo. Precisamos realizar sempre as duas coisas: orar e fazer. Somos salvos em cachos. Ninguém se salva sozinho. Uma comunidade viva é sustentada da fé das pessoas presentes.


     Pe. Lourenço, CSC

     
  • O Domingo: 15º Domingo do Tempo Comum

    O Domingo: 15º Domingo do Tempo Comum

    Reflexão

    O sacerdote Amasias está provocando o profeta Amós que está denunciando as injustiças e a corrupção em Israel, região norte do país, em que Amasias responde pelos serviços religiosos. O Profeta veio do Sul para criticar o que está acontecendo no Norte. Amasias não gostou e quer que Amós saia de sua região e vá profetizar em Judá a sua terra, isto é, no Sul. Amós diz que ele é um simples pastor de Judá, que foi chamado para falar em nome de Deus. A sua missão lhe foi imposta por Deus. Ele não a escolheu, mas vai a cumprir custe ou que custar, mesmo sendo perseguido.

    Para melhor entender a relação entre a primeira leitura e este Evangelho que acabamos de ler, é preciso distinguir o papel do profeta do papel do apóstolo ou do pastor. Amós era um pastor que Deus escolheu para ser PROFETA. A função do profeta é falar em nome de Deus para a comunidade; falar ao povo em nome de Deus. O papel do apóstolo ou do pastor é zelar pela formação das comunidades, isto é, unir as pessoas na mesma fé e na vivência do mesmo Batismo em Jesus Cristo como fez São Paulo.

    Portanto, o profeta prega a conversão denunciando os desvios, principalmente em relação à justiça e ao direito dos pobres, das viúvas, das crianças, dos doentes e dos estrangeiros. O pastor precisa zelar pela união do rebanho, uma comunhão de vida na participação, isto é, a integração no Reino de Deus, Povo de Deus.

    Então, no Evangelho de hoje, Jesus envia os apóstolos para realizar os sinais do Reino de Deus: curar os doentes, afastar os demônios, unir os membros das famílias. Em resumo, viver os valores do Reino de Deus em todos os aspectos da realidade sociológica e religiosa do povo: amor, liberdade, justiça, paz, esperança, alegria, fraternidade, solidariedade, verdade e honestidade. Para realizar tudo isso Amós é um exemplo ainda válido para nossos dias.

    Os enviados por Jesus serão mais revolucionários do que tradicionalistas. As visitas serão feitas de casa em casa. Eles não devem levar uma bagagem de material religioso para chamar atenção dos moradores. O que Jesus espera deles é conhecer as necessidades fundamentais dos moradores e o que eles esperam de Deus. Portanto, Jesus recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura – em outras palavras, o visitante não é um vendedor de material religioso e nem vai para catequisar. Os visitantes deverão apresentar-se numa casa sempre em pares, nunca sozinhos. Jesus ainda ordenou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas.

    Pelo jeito não deverá ter aviso prévio antes de uma visita. Se por acaso os moradores da casa não quiserem recebê-los ou nem os ouvirem, eles não deverão insistir, mas poderão sacudir a poeira dos seus pés ao sair demonstrando sua insatisfação, sem ressentimento, e procurar uma casa mais receptiva.

    Segundo Marcos, Jesus pediu para que pregassem para que todos se convertessem. Jesus deu-lhes o poder de expulsar os demônios e curar os doentes que encontrassem.

    Hoje em dia, a Igreja prega não somente a evangelização das famílias, mas também do mundo do trabalho. Como? Pelos salários justos e por meio das leis trabalhistas, pela honestidade dos operários e da participação nos sindicatos. Evangelizar a economia doméstica também é uma necessidade. Como exemplos: evitar o consumismo, reciclar os detritos, economizar luz e água, preservar a natureza e não desperdiçar comida. Para que possamos enfim criar uma consciência ecológica conforme os pedidos do Papa Francisco na sua Encíclica LOUVADO SEJAS, sobre o cuidado que devemos ter com nosso planeta, que o Papa chamou de “a nossa casa comum”.

    Além disso, é preciso evangelizar a política, isto é, acabar com a exploração, a corrupção, o engano, a mentira, as Fake News, colocando os talentos a serviço do bem comum para criar uma sociedade harmoniosa. Depois da Pandemia será necessário achar soluções para diminuir o desemprego e a desigualdade social que deixam milhões de pais de família perderem a esperança de uma vida digna. Reivindicações são necessárias para adequar a vida do povo todo aos Direitos Humanos. Muitos trabalhadores revoltados perderam a esperança de viverem dignamente. Com uma educação boa para todos, a esperança de uma vida nova será possível. Oremos pela paz abraçada com a justiça. E para viver como irmãos, queremos nós todos conhecer o Nosso Pai Comum.


     Pe. Lourenço, CSC

     
  • Solenidade São Pedro e São Paulo, Apóstolos

    Solenidade São Pedro e São Paulo, Apóstolos

    Reflexão

    São Lucas que escreveu o livro dos Atos dos Apóstolos dá muitos detalhes do que tem acontecido a Pedro quando foi preso e depois libertado milagrosamente. A prisão de Pedro era guardada por 16 soldados. Pedro foi preso com duas correntes e vigiado por dois soldados. Alguns guardas vigiavam também a porta da prisão. Apesar de todo esse esquema de segurança no cárcere em que Pedro estava, a noite ele foi tirado do cárcere escuro sem saber exatamente o que estava acontecendo com ele. Uma vez na rua, Pedro caiu em si e disse: “Agora sei, de fato o Senhor enviou seu anjo para me libertar”.

    Dos doze apóstolos Pedro foi o primeiro a testemunhar a divindade de Jesus. Foi quando Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Respondendo Jesus lhe disse: “Por isso, te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la”.

    PEDRO, O PESCADOR

    Simão Pedro foi escolhido pessoalmente por Jesus, junto com seu irmão André. Ele era pescador assim como João e Tiago, os filhos de Zebedeu. Jesus o chamou de Pedra (Pedro em português) e disse que o faria um pescador de homens, embora o deixasse pescar ainda no mar de Tiberíades (Mc 1, 16-18). Como era sua fé em Jesus? Um dia se atirou ao mar para encontrar o mestre, mas por causa do vento se apavorou e Jesus teve que estender a mão para salvá-lo: “Homem fraco na fé, por que você duvidou”. Disse-lhe Jesus (Mt14, 22).

    PEDRO, O SEGUIDOR FIEL

    Na Última Ceia, quando Jesus fazia seu discurso de despedida, Pedro interrompeu o mestre perguntando: “Senhor para onde vais?” E Jesus responde: “Para onde eu vou, você não pode me seguir”. Pedro então indaga: “Senhor por que não posso seguir-te agora? Eu daria a minha própria vida por ti“. E Jesus retruca: “Antes que o galo cante, você me negará três vezes” (J013, 36-38).

    Também era corajoso! Quando os guardas chegaram no Jardim das Oliveiras para prender Jesus, Pedro tirou sua espada e atacou um empregado do Sumo Sacerdote decepando sua orelha direita (J018, 10). Era mais corajoso do que João: foi o apóstolo que primeiro entrou no túmulo depois da Ressurreição de Jesus (J020, 8).

    PEDRO O PECADOR PERDOADO

    Ele pecou gravemente duas vezes: foi quando Jesus profetizou sua paixão e morte pelo caminho. Pedro foi repreender o mestre porque achava um absurdo Jesus ser assassinado um dia. Naquela vez Jesus o xingou dizendo: “Fique longe de mim Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, porque não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens!” (Mt16, 21). Interrogado no pátio do tribunal religioso Pedro negou três vezes ter conhecido Jesus. Na terceira vez ele começou a maldizer e a jurar, dizendo: “Nem conheço esse homem!“. Nesse instante, o galo cantou. Pedro se lembrou então do que Jesus tinha dito: “Antes que o galo cante, você me negará três vezes”.

    Antes de receber a função de Supremo Pastor, Pedro teve que passar por um teste, uma sabatina feita por Jesus: “Pedro, você me ama mais do que estes?” E Pedro responde: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. A indagação de Jesus continua e na terceira vez Pedro diz: “Senhor, tu conheces tudo, e sabes que te amo”. E então Jesus encerra o teste dizendo: “Cuide das minhas ovelhas” (J021, 15-17).

    PAULO O PERSEGUIDOR

    Fariseu fanático, Paulo queria combater os ensinamentos de Jesus que ele achava contrários à sua religião, baseada no cumprimento das leis e de méritos diante de Deus. Nascido em Tarso, na Cilicia, ele gozava de duas cidadanias. Cinco anos mais novo do que Jesus, era fabricante de velas e de tendas. Estudou em Jerusalém, era aluno do famoso fariseu Gamaliel e falava várias línguas. Antes da sua conversão, enquanto SAULO, organizou um grupo terrorista para acabar com os cristãos: ‘Saulo se esforçava para acabar com a igreja. Ele ia de casa em casa, arrestava homens e mulheres e os jogava na cadeia’ (At8, 3). ‘Saulo aprovou a morte de Estevão (At8, 1). Lucas escreveu que enquanto as pessoas atiravam pedras para matar Estevão, ‘um moço chamado Saulo tomava conta das suas capas’ (At7, 58).

    Agarrado por uma multidão Ele foi maltratado em Jerusalém. O tribuno soube e Paulo pediu para explicar-se diante do povo que queria matá-lo e dizia: “Persegui mortalmente este caminho, prendendo e lançando à prisão homens e mulheres, como o sumo sacerdote e todos os anciãos podem testemunhar. Eles até me deram carta de recomendação para os irmãos de Damasco, e para lá em Jerusalém. No entanto, aconteceu que na viagem, estando já perto de Damasco, aí pelo meio-dia, uma grande luz que vinha do céu brilhou ao redor de mim. Então caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, por que você me persegue?’ Eu perguntei: “Quem és tu, Senhor?” Ele me respondeu: ‘Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem você está perseguindo!’ (At 22, 4-8) (Cf. GII, 12-24; F13, 4-12).

    PAULO CONVERTIDO MISSIONÁRIO

    Paulo foi o maior de todos os missionários que passaram pela terra até hoje. Desenvolveu uma TEOLOGIA toda baseada no Amor Gratuito de Jesus e na Misericórdia do Pai. São Paulo foi quem desenvolveu a teologia da GRAÇA. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra, igual, veneração. Sigamos os passos desses gigantes da fé cristã e peçamos a intercessão deles em favor do mundo todo.


     Pe. Lourenço, CSC

     
  • O Domingo: 13º Domingo do Tempo Comum

    O Domingo: 13º Domingo do Tempo Comum

    Reflexão

    Chama a atenção na passagem do dia a familiaridade que existe entre Jesus e seus apóstolos, mesmo com pouco tempo de convivência juntos. Vejam quando ele procura quem havia tocado na roupa dele, os discípulos disseram em tom de gozação: “Está vendo a multidão que te comprime e ainda pergunta: ‘Quem me tocou’?” – Com efeito, os apóstolos tinham a liberdade de criticá-lo e fazer observações como aquela. Outro exemplo disso é quando Jesus pediu a Pedro para lançar a rede à direita da barca para conseguir apanhar peixes. Pedro disse que não adiantava, pois eles tinham lançado a rede durante a noite inteira sem pegar nada. Entretanto, ele o obedeceu e a rede ficou cheia de peixes. O pescador arrependeu-se de ter desconfiado da competência do mestre, e pediu perdão. (LC 5, 8).

    Lembremos ainda quando Jesus profetiza sua paixão e morte. Pedro não concordou e foi repreendê-lo a parte. Jesus, porém, o censurou dizendo: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens” (Mc 8, 33). É interessante lembrarmos desses episódios para entendermos melhor a abertura e o ambiente fraterno que havia entre Jesus e alguns de seus discípulos. Em geral, eles não ficavam constrangidos pelo mestre. Muito pelo contrário: eles ficavam à vontade.

    No evangelho de hoje, Marcos narra a cura milagrosa de uma mulher enferma, que sofria de hemorragia há 12 anos, e a ressurreição de uma menina de 12 anos, filha de Jairo, um dos chefes da Sinagoga da região de Cafarnaum. Tanto a mulher quanto Jairo sabiam da simpatia e do poder de Jesus quando o procuraram. É pela fé que Jairo caiu aos pés de Jesus para pedir: “Minha filinha está nas últimas” – nota-se que ainda não estava morta – “vem e põe as mãos sobre ela, para que sare e viva.“. Mas logo alguém da casa chega dizendo à Jairo: “Tua filha morreu!“, portanto não tinha mais jeito de curá-la. O desespero tomou conta de todos da família. Quando Jesus chegou, ninguém pensou que ele podia tirá-la da morte – chegara atrasado demais. Até aquele dia ele nunca tinha ressuscitado alguém. Por isso, Marcos insiste no fato de ter levado três testemunhas para acompanha-lo no quarto da menina: Pedro, Tiago e João. Jesus tinha dito que ela estava dormindo. Foi somente diante destes três apóstolos que ele ressuscitou a menina, sob a insistente recomendação de “que ninguém ficasse sabendo daquilo“.

    Em relação à mulher que sofria de hemorragia, Marcos parece desacreditar da competência dos médicos de seu tempo quando escreveu: “A mulher tinha sofrido nas mãos de muitos médicos e gastou tudo o que ela possuía e, em vez de melhorar, piorava cada vez mais”.  Ao insistir nos 12 anos em que ela ficou nas mãos dos médicos o evangelista talvez quisesse evidenciar que aquela doença era incurável! E por que a mulher não fez como Jairo, isto é, jogar-se aos pés de Jesus para pedir a cura? Era por vergonha? Mas, vergonha do quê? Ela, sofrendo com aquele tipo de sangramento, sentia-se impura. Não queria de jeito nenhum que alguém da multidão soubesse. Por ser indigna, ela ficava atrás de Jesus e só queria tocar a roupa d’Ele.

    As passagens buscam retratar que Jesus, ungido pelo Espírito, tinha recebido o poder divino de fazer milagres. Por outro lado, quase sempre não quis atribuir-se às curas dizendo: “A tua fé te curou”. Ainda há um lado que quase nunca se observa: Jesus sempre assume a dor e o sofrimento do doente. Os Evangelistas costumam dizer que Jesus teve compaixão, isto é, sentiu intensamente o drama, a angústia, a dor, o sofrimento da pessoa que o procurava. Em especial os cegos, os solitários, os rejeitados da sociedade ou da religião, os paralíticos, leprosos, hidrópicos etc.

    Deus não criou a morte pois a morte é a perda da vida – e Ele é criador somente dos vivos. Não criou o ser humano para ser incorruptível, mas o fez para ser eterno à sua imagem e natureza. Hoje em dia, a Igreja, assim como Cristo, tem a missão de aliviar os sofrimentos das pessoas, não somente os físicos, mas particularmente os morais e espirituais, enquanto as prepara para a vida eterna. O ministério da saúde, entre os numerosos ministérios da Igreja, sempre será um dos mais valorizado. Muitas congregações religiosas mantêm hospitais e hospícios pra idosos.


      Pe. Lourenço, CSC