22º Domingo Do Tempo Comum

Reflexão

As leis são importantes e povo sem elas é povo perdido em anarquia. Não é possível viver de forma civilizada sem respeitá-las. O Brasil tem boas leis e uma boa Constituição, porém o mais importante não é conhecê-las, mas observá-las. Quantas pessoas se vangloriam em burlar as leis? Quem bebeu, não deve dirigir’. ‘Mas há muita gente embriagada dirigindo’. ‘Sonegar impostos é crime. ‘E daí?’ Existem leis provisórias, costumes culturais e sociais que mudam com o tempo, e existem leis definitivas como os mandamentos de Deus, que nunca serão revogados.

O evangelho de hoje é uma lição para a formação de consciência de gente que quer viver plenamente sua liberdade. O que o ser humano tem de mais precioso depois da sua vida é sua liberdade e viver com ela é um verdadeiro prazer e o primeiro direito de um ser humano. Os animais agem por instinto, assim como nós, porém podemos controla-los e orientá-los para o nosso bem e o dos outros. Sermos racionais não é o motivo que assemelha nossa criação à imagem de Deus a lógica, inteligência e memória, os animais e os computadores também têm – mas sim o fato de possuirmos livre arbítrio. Isso só o ser humano tem, é a nossa grandeza!

Jesus é um homem perfeitamente livre. Não está preso às regras sociais, tradições e costumes culturais. Mais que por costumes exteriores, Jesus julga a partir dos valores internos. O espírito da lei é mais importante do que a letra. Jesus não vai valorizar uma pessoa pelo traje que está usando: terno e gravata; vestido na moda; corte de cabelo, valor das joias e dos brincos. Infelizmente muitas pessoas julgam pela aparência, maneira de falar, sotaque. Quantas pessoas vivem uma fé de fachada, religião de tradição (com ‘t’ minúsculo): pais que batizam filhos sem viverem o Sacramento; adolescentes que fazem a Primeira Comunhão sem o costume e vontade de ir à Missa; noivos infiéis que se casam na Igreja. Esses costumes, sem perseverança, tornam-se apenas ‘DATAS’ que irão para o álbum da família ou para um vídeo e/ou apresentação na ocasião de um aniversário qualquer.

Semana passada refletimos sobre a fidelidade e perseverança na fé, de como Josué cansou-se de ver as infidelidades do povo questionando: “Estais do lado do Deus Javé, o Senhor? Ou estais ao lado dos deuses pagãos?” Ao que o povo respondeu, dizendo: “Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir a deuses estranhos, Serviremos ao Senhor, pois Ele é o nosso Deus”.

Imagine-se diante do altar para prometer fidelidade conjugal ou fazer votos religiosos. É sim ou não, nada pela metade. Para fazer as coisas certas, conforme as leis, é preciso adquirir o hábito que a moral chama de virtude. Um hábito contrário à virtude é chamado de vício. Tanto o vício quanto a virtude adquirem-se pela prática. Quem é virtuoso opta pelas coisas certas facilmente, sem esforço, porque acostumou-se assim. É desta maneira que se adquire a honestidade, disciplina, paciência, acolhimento, mansidão, castidade, respeito, humildade, franqueza, higiene, limpeza; que se aprende a não estragar coisas, respeitar pertences alheios e a não furar filas. É preciso discernir e praticar as virtudes morais antes dos costumes sociais. A honestidade é mais importante do que a limpeza. O respeito melhor do que a higiene. Ser autêntico é virtude. Ser vaidoso pode ser vício, pois a verdade é muito superior à falsidade.

No Evangelho de hoje, Jesus chamou a multidão para perto de si e disse: “Escutai todos e compreendei: O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai do seu interior. Pois é de dentro do coração humano que saem as más inclinações, imoralidades, roubos, assassinatos, adultério, ambições desmedidas, maldades, fraudes, devassidão, inveja, calúnia, falta de juízo. Todas essas coisas más saem de dentro e são elas que tornam impuro o homem”.


 Pe. Lourenço, CSC

 

 

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