O Domingo: 1Oº Domingo do Tempo Comum

Reflexão

Segundo narra a leitura do livro do Gênesis de hoje, o mal entrou no mundo desde a origem da humanidade por causa do pecado. Na narração bíblica entra em cena o primeiro casal da humanidade que chamamos Adão e Eva. Segundo o texto sagrado eles não resistiram à TENTAÇÃO! Tentação de desfrutar a prerrogativa divina de determinar o certo e o errado, o bem e o mal. Em termos bíblicos Adão e Eva comeram do fruto da árvore que está no centro do jardim de delicias, isto é, o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.

Em continuidade, vemos no evangelho de Marcos que Jesus está sendo procurado de novo por uma multidão de doentes físicos e de possessos. Os parentes de Jesus estão achando que essas buscas não são normais, pois Jesus está recebendo alguns possessos pelo demônio. Por sua parte, os mestres da lei acusam Jesus de ser possuído por Belzebu e que é pelo poder de Satanás que Ele expulsa os demônios. Satanás é um termo hebraico que significa ‘contradição’, divisão, ruptura. Em outras palavras é um espírito do contra, do mal. Satanás é o pai da mentira. Em termos atuais Satanás é autor de uma ‘fake news’. Onde há divisão ou oposição à verdade pode haver um satanás. É uma entidade sem corpo, matéria, forma, cor ou chifre. É o espírito do mal que age no mundo – um ser totalmente invisível.

Jesus tomou a palavra para mostrar o absurdo do que eles pensam e dizem, pois “Como é que satanás pode expulsar a satanás”? Em outras palavras, como é que o espírito responsável pela divisão pode contrariar o próprio princípio da divisão? Isso é impossível, pois seria uma autodestruição. “Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se”, disse Jesus, “Assim, se satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído”. Nunca um bem pode vir do poder do mal. Satanás nunca poderá exorcizar um possuído! Jesus pode porque Ele tem poder para destruir a mentira. Jesus já disse ser Ele a Verdade falando na última Ceia e mais uma vez quando investigado por Pilatos.

Agora dá para entender que todos os pecados podem ser perdoados menos o pecado contra o Espírito Santo, pois o Espírito Santo é o elo de união entre o Pai e o Filho na Trindade divina. Deus é Amor como escreveu São João. Aquele que desacredita na possibilidade de Deus perdoar gratuitamente, isto é, só por amor, está pecando contra o Espírito Santo, pois rejeita o próprio Deus que é AMOR por excelência. Não acreditar no Espírito do Amor é desacreditar do perdão. Portanto, todos os pecados são perdoáveis menos o pecado contra o Espírito Santo: “Quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será culpado de um pecado eterno”.

Por causa disso todo pecador não arrependido fecha-se dentro de si mesmo criando uma casca dentro da qual ele fica preso no seu egoísmo. Depois da morte essa casca é inquebrável. O pecador fica eternamente sem possibilidade de relacionar-se e impossibilitado de ver, ouvir, encontrar algo ou alguém. Ficar nesta situação é estar no INFERNO.

Jesus não priorizou seus familiares com privilégios especiais. Jesus ama a todos e dá a Vida eterna a todos que abrem o coração ao seu grande amor. É por isso que Jesus fez questão de dizer: “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Sem desprezar ou negar os vínculos familiares, Jesus propõe novo modelo de família: pessoas de fé vivendo a fraternidade e o amor. Os laços familiares e os outros vínculos não são fundamentais. Cumprir a vontade do Pai está acima de qualquer coisa, até da própria família de sangue.


 Pe. Lourenço, CSC

 

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